quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sugestão de Filme 3: "O NOME DA ROSA"




"Segredos, crenças e princípios..."
"Filosofia, curiosidade, teologia e história..."

Em qualquer lista de bestsellers improváveis ​​do século passado, 
O Nome da Rosa deve ocupar um lugar especial de 
distinção. Nada é mais raro do que para um romance traduzido 
do italiano para chegar ao topo do New York Times 
lista, a menos que best-seller é, naturalmente, um livro "mega êxito".
 Intrigante...Que desperta curiosidade,interesse...




 "Um pedaço..."

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Sugestão de Filme "2": Sociedade dos Poetas Mortos(1989) - Trailer legendado





A Sociedade dos Poetas Mortos

Conta a história de um professor nada ortodoxo, de nome John Keating, em uma escola preparatória para jovens, a Academia Welton, na qual predominavam valores tradicionais e conservadores. Esses valores traduziam-se em quatro grandes pilares: tradição, honra, disciplina e excelência. Mr. Keating esta disposto a instigar seu alunos a sair do modelo escolar baseado no repeteco e passarem a pensar por si mesmos.


"CARPE DIEN"- a filosofia de aproveitar o dia!



Sugestão de Filme "1": A VIDA É BELA




Um filme de Roberto Benigni.


Na Itália dos anos 30/40, Guido é levado para um campo de concentração nazista, e tem que usar a sua imaginação, para fazer seu pequeno filho acreditar que estão participando de uma brincadeira, para protegê-lo da violência e do terror que os cerca e para escondê-lo dos oficiais...








sábado, 14 de abril de 2012

DOGMATISMO, Turmas: 305; 206; 108/Noite


DOGMATISMO 

Tendência a afirmar sem discussão. — Em filosofia, designa toda doutrina que parte de uma certeza prévia (nesse sentido, o dogmatismo se opõe ao "criticismo": a filosofia crítica começa por duvidar de tudo.
A "filosofia dogmática" designa mais particularmente a filosofia da Idade Média, baseada na autoridade do dogma religioso (doutrina fixa que a Igreja prega em nome de Deus e da Revelação). O dogmatismo opõe-se teoricamente ao ceticismo; na vida prática, ao empirismo: o político dogmático é aquele que orienta sua ação em função de uma teoria, não levando em consideração as realidades históricas do mundo atual. A atitude subjacente ao dogmatismo é a intolerância ou o fanatismo. [Larousse]

 O sentido


 em que se usa em filosofia, o termo dogmatismo é diferente daquele em que se usa em religião. Nesta última, o dogmatismo é o conjunto dos dogmas, os quais são considerados (pelo menos em muitas Igrejas cristãs, e em particular no catolicismo) como proposições pertencentes à palavra de Deus e propostas pela Igreja.




Filosoficamente, em contrapartida, o vocábulo dogmatismo significou primitivamente oposição. Tratava-se de uma oposição filosófica, isto é, de algo que se referia aos princípios. Por isso, o termo dogmático significou “relativo a uma doutrina” ou “fundado em princípios”. Ora, os filósofos que insistiam demasiado nos princípios acabavam por não prestar atenção aos fatos ou aos argumentos que pudessem pôr em dúvida esses princípios. Esses filósofos não consagravam a sua atividade à observação ou ao exame, mas à afirmação. Foram por isso chamados “filósofos dogmáticos”, ao contrário dos filósofos examinadores ou cépticos.

A palavra dogma vem do verbo grego dokein, que significa parecer. Antigamente a empregavam os gregos para significar qualquer opinião aceita, e também como ordem, decreto. Chamavam de dogmática a toda filosofia que afirmasse certas teses como verdadeiras. Finalmente, tomou, sobretudo entre nós, a acepção de doutrina fixada, incontestada. Por isso é sempre a palavra dogmatismo oposta a cepticismo, que vem do grego skepsis, que significa análise, e do verbo skeptomai, examinar atentivamente.

É verdade que hoje se emprega o termo dogmatismo para significar toda a posição doutrinária que afirma, sem justificar suficientemente as suas opiniões, impõe-nas como verdadeiras e indiscutíveis, fundadas em autoridade. O dogmatismo é, neste sentido, uma forma viciosa do absolutismo.




MITO- Turmas: 106; 107/Manhã


Artigo

MITOLOGIA E FILOSOFIA: UM DEBATE
Por José Sobreira Barros Júnior
Mestre em Filosofia-PUC/SP
                  
Um dos fatos mais interessantes na história da humanidade como um todo é tentar explicar o início de tudo, os acontecimentos do cotidiano e as possibilidades de entender a vida pós-morte. Em todos os tempos sempre ocorreu aos homens perguntar-se sobre sua origem e a do próprio universo que os cerca.
Estas respostas ou tentativas de respostas às questões acima levantadas nunca foram privilégio de todos, sempre “especialistas” de todas as matizes, dos sacerdotes, aos reis, os papas, ou mesmo os cientistas, sempre tiveram o privilégio de tentar deter o “saber responder”, estes questionamentos.
Desta forma, sempre ocorreu a interrogação do “de onde viemos” e “para onde iremos” e as respostas se sucedem no transcorrer do tempo. Quando falamos que são perguntas ou explicações que estão presentes no transcorrer da evolução da vida racional do ser humano, queremos dizer que, qualquer tribo perdida em qualquer lugar do planeta de uma maneira ou de outra vai apresentar essas inquietações, basta ver as tribos indígenas na América do Sul, seus mitos tentam explicar a natureza e seus fenômenos.
 “O mito é uma narrativa imaginária que estrutura e organizam de forma criativa as crenças culturais. As divindades constituíam os personagens que, pelas divergências, intrigas, amizades e desejo de justiça, explicavam tanto a natureza humana como os resultados das guerras e os valores culturais”. (Cassiano Carde in  “Para Filosofar”, p. 9 Ed. Scipione).
Portanto, o fantástico entra em cena para dar conta de um real, isto é, a realidade antes de tudo explicada dentro de uma super dimensão.
A questão é que temos que entender o processo mitológico como uma estrutura  de entendimento da realidade, não só no passado mas também no presente.
Em dois momentos, séc. XVIII (com o Iluminismo) e séc. XIX (com o hegelianismo e o positivismo), encontramos a idéia de que superar a perspectiva mitológica é para a humanidade uma evolução. Desta forma, a reflexão mitológica pertenceria a culturas primitivas ou mesmo atrasadas(...)
Desta forma, o pensamento mítico, como afirma Chauí (ob. cit. p.161/162), apresenta três características principais.
 função explicativa: o presente é explicado por alguma ação passada cujos efeitos permanecem no tempo. Por exemplo, uma constelação existe porque, no passado, crianças fugitivas e famílias morreram na floresta e foram levadas ao céu por uma deusa que as transformou em estrelas; as chuvas existem porque, nos tempos passados, uma deusa apaixonou-se por um humano e, não podendo unir-se a ele diretamente, uniu-se pela tristeza, fazendo suas lágrimas caírem sobre o mundo, etc.;
 função organizativa: o mito organiza as relações sociais (de parentesco, de alianças, de trocas, de sexo, de idade, de poder, etc) de modo a legitimar e garantir a permanência de um sistema complexo de proibições e permissões. Por exemplo, um mito como o de Édipo ( Quando Édipo nasce, um vidente, Tirésias, prevê que o menino matará o pai e casará com a mãe. Apavorado, o rei Laio – o pai – manda matar Édipo. O escravo que deveria matar o menino sente piedade e o lança num precipício sem verificar se está ou não morto; e entrega ao rei o coração de uma corça, como se fosse o de Édipo. A criança não morre e é recolhida por um pastor. Este, por sua vez, a entrega a um outro rei, que, idoso, lamentava não ter filhos. Ao crescer, Édipo suspeita que não é filho de seus país adotivos e sai à procura dos pais verdadeiros. No caminho, vê uma batalha entre um grupo numeroso e um pequeno; coloca-se ao lado deste ultimo e mata o chefe do outro grupo  - seu pai, Laio. Chegando a sua cidade natal, fica sabendo que um monstro estava devorando as virgens e só interromperá a matança se alguém decifrar um enigma que propõe. Édipo decifra o enigma. Como recompensa, recebe a rainha em casamento. Casa-se com Jocasta, sem saber que se tratava de sua verdadeira mãe, e com ela tem filhos. A profecia se cumpre. A cidade será castigada com a peste e, ao tentar combate-la, pedindo aos deuses que lhe digam o que a causou, Èdipo fica sabendo, por Tirésias, que matou o pai e casou-se com a mãe. Fura os olhos e exila-se, enquanto Jocasta se suicida.) existe (com narrativas diferentes) em quase todas as sociedades selvagens e tem a função de garantir a proibição do incesto, sem a qual o sistema sociopolítico, baseado nas leis de parentesco e de alianças, não pode ser mantido;
função compensatória: o mito narra uma situação passada, que é a negação do presente e que serve tanto para compensar os humanos de alguma perda como para garantir-lhes que um erro passado foi corrigido no presente, de modo de oferecer uma visão estabilizada e regularizada da Natureza e da vida comunitária.”
                Desta forma, o mito é explicado dentro de uma realidade, porém não podemos deixar de destacar o processo mitológico na Grécia antiga. O mito entre os gregos assume um papel diferente na sua dimensão do fantástico, pois este, é mais humano, está interligado à vida cotidiana das pessoas, o que não encontramos no Oriente por exemplo. Esta é uma questão primordial, a filosofia nasce debatendo com o mito  e, portanto, apresentando uma estrutura racional sobre a realidade na sua perspectiva de construção de uma cosmologia.
FILOSOFIA E MITO – o debate.
Portanto, pensar sobre o debate entre mitologia e filosofia é, antes de tudo, procurar as razões que se diferem nas duas explicações de realidade.
A mitologia é uma narrativa que conta de maneira fantástica o passado, já á filosofia tem uma preocupação com o passado, o presente e o futuro. A filosofia por sua vez não permite contradições, fabulações, mas sim o discurso lógico, sem contradições, a autoridade não esta no filosofo, mas sim na razão que esta permeando o pensamento lógico.
Chauí destaca ainda que alguns elementos tais como, as viagens marítimas, a invenção do calendário, a invenção da moeda, o surgimento da vida urbana, a invenção da escrita alfabética e a invenção da política, foram fundamentais para o surgimento da filosofia na Grécia Antiga.
O filósofo é aquele que tem como ponto de partida para a análise da realidade a razão, esta com seus princípios e regras determina um critério para o seu processo de evolução analítica. Somente desta maneira a reflexão filosófica poderá trabalhar com a contradição e com o pensamento universal. Será ainda parte do refletir filosófico a duvida constante (...).
MITO E MODERNIDADE
O mito na modernidade passa por um processo de transformação? Esta é uma questão que ainda esta em aberto na nossa sociedade. Dizíamos acima, no transcorrer do texto, que o mito é antes de tudo uma explicação fantástica sobre uma realidade, porém sabemos, que na Antigüidade o processo mitológico unificava a comunidade, pois, este se apresentava sempre de uma maneira coletiva.
De outra forma, é também na Antigüidade que percebemos o caráter dogmático dos mitos. Portanto, uma verdade que não necessita ser; provada e muito menos aceita um questionamento a verdade que esta apresentando.
Esta perspectiva na Mitologia Antiga é uma referência fundamental no seu debate com a filosofia, enquanto esta parte de uma procura racional a mitologia apresenta-se nos seus aspectos gerais dogmaticamente.
A filosofia ganhou este debate no passado? como, o mesmo, esta presente hoje no nosso dia a dia?
O positivismo de Augusto Comte, explicava a evolução da humanidade em três aspectos; o mítico (teológico), o filosófico (metafísico) e o científico. Para os positivistas o último estágio seria o coroamento da razão humana. Por sua vez seria o cientifico a única forma de possibilidade de se chegar a uma verdade.
Mas o próprio endeusamento da razão, não seria também um mito? Esta razão, tudo resolve? O homem também não necessita de paixões como dado de uma realidade e sua explicação?
Estas questões são colocadas de uma maneira fundamental no debate entre mitologia e razão filosófica nos dias de hoje. Isto é, será que o fantástico não é utilizado na atualidade como parte de explicação desta mesma realidade?
O mito não é por demais utilizado como senso comum no aspecto político-social? Esta é uma questão central e devemos estar preparados para procurar responde-la. Hoje o nosso cotidiano está cercado de aspectos mitológicos em vários sentidos, onde, as crenças são uma primeira referencia não crítica da realidade para diversas pessoas.
O “super – homem” racionalista é também uma figura mítica, porém, incapaz de solucionar questões básicas que estão presentes na realidade.
O papel dos meios de comunicação no sentido de divulgar e principalmente forjar novos heróis na luta do bem e do mal é fundamental para analisar nossa questão central. Neste aspecto, o texto das professoras Maria Lucia de Arruda Aranha  e Maria Helena Pires Martins, são fundamentais, para uma ampliação do nosso tema.:
 “Hoje em dia, os meios de comunicação de massa trabalham em cima dos desejos e anseios que existem na nossa natureza inconsciente e primitiva.
Os super heróis dos desenhos animados e dos quadrinhos, bem como os personagens de filmes como Rambo, Os justiceiros e outros, passam a encarnar o Bem e a Justiça e assumem a nossa proteção imaginária, exatamente porque o mundo moderno, com inflação, seqüestros, violência e instabilidade no emprego, especialmente nos grandes centros urbanos, revela-se cada vez mais um lugar extremamente inseguro. Artistas e esportistas podem ser transformados em modelos exemplares: são fortes, saudáveis, bem alimentados, têm sucesso na profissão – sucesso que é traduzido em reconhecimento social e poder econômico - , são excelentes pais, filhos e maridos, vivem cercados de pessoas bonitas, interessantes e ricas. Como não mitifica-los?
Até a novela, ao trabalhar a luta entre o bem e o mal, está  lidando com valores míticos, pré-reflexivos, que se encontram dentro de todos nós. Aliás, nas novelas, o casamento também é transformado em mito: é o grande anseio dos jovens enamorados, é a solução de todos os problemas, o apaziguamento de todas as paixões e conflitos. Por isso quase todas terminam com um verdadeiro festival de casamentos.
Só que os astros transformados em mito são heróis sem poder real: têm somente poder simbólico no imaginário da população.” (ob. cit. p. 64).
Sendo assim, está é uma questão básica; descobrir aonde se localiza o processo mitológico hoje. Sabemos que o mito moderno não ocupa ou não têm o mesmo papel existencial do passado, isto é, do mito primitivo. Talvez como um reflexo da estrutura produtiva do sistema em que vivemos, o mito moderno não mais se apresenta como algo que contextualize a totalidade de uma realidade.
E aqui entramos em uma outra questão muito pertinente de nossa atualidade, isto é, seria possível percebermos essa totalidade? A resposta é sim, caberá a razão filosófica aprofundá-la e ao mesmo tempo, determinar uma livre escolha de cada um sobre quais serão seus modelos de mitos ou de vida aceitáveis.



quarta-feira, 11 de abril de 2012

TEXTO 1 (TODAS AS TURMAS) - ATITUDE FILOSÓFICA


A atitude filosófica

        Imaginemos alguém que tomasse uma decisão muito estranha e começasse a fazer perguntas inesperadas. Em vez de “que horas são?” ou “que dia é hoje?”, perguntasse: O que é o tempo? Em vez de dizer “está sonhando” ou “ficou maluca”, quisesse saber: O que é o sonho? A loucura? A razão?

      Se essa pessoa fosse substituindo sucessivamente suas perguntas, suas afirmações por outras: “Onde há fumaça, há fogo”, ou “não saia na chuva para não ficar resfriado”, por: O que é causa? O que é efeito? ; “seja objetivo”, ou “eles são muito subjetivos”, por: O que é a objetividade? O que é a subjetividade? ; “Esta casa é mais bonita do que a outra”, por: O que é “mais”? O que é “menos”? O que é o belo?

     Em vez de gritar “mentiroso!”, questionasse: O que é a verdade? O que é o falso? O que é o erro? O que é a mentira? Quando existe verdade e por quê? Quando existe ilusão e por quê?Se, em vez de falar na subjetividade dos namorados, inquirisse: O que é o amor? O que é o desejo? O que são os sentimentos? Se, em lugar de discorrer tranquilamente sobre  “maior” e  “menor” ou  “claro” e “escuro”, resolvesse investigar: O que é a quantidade? O que é a qualidade?
    E se, em vez de afirmar que gosta de alguém porque possui as mesmas idéias, os mesmos gostos, as mesmas preferências e os mesmos valores, preferisse analisar: O que é um valor? O que é um valor moral? O que é um valor artístico? O que é a moral? O que é a vontade? O que é a liberdade?
   Alguém que tomasse essa decisão, estaria tomando distância da vida cotidiana e de si mesmo, teria passado a indagar o que são as crenças e os sentimentos que alimentam, silenciosamente, nossa existência. Ao tomar essa distância, estaria interrogando a si mesmo, desejando conhecer porque cremos no que cremos, por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos. Esse alguém estaria começando a adotar o que chamamos de atitude filosófica.
   Assim, uma primeira resposta à pergunta  “O que é Filosofia?” poderia ser: A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido.
  Perguntaram, certa vez, a um filósofo:  “Para que Filosofia?”. E ele respondeu: “Para não darmos nossa aceitação imediata às coisas, sem maiores considerações”.

Autora: Marilena Chauí, em "Convite à Filosofia.



segunda-feira, 9 de abril de 2012


Existem momentos na vida onde a questão de saber se se pode pensar diferentemente do que se pensa, e perceber diferentemente do que se vê, é indispensável para continuar a olhar ou a refletir."
Michel Foucault